Kobato se tornou querido pra mim, por uma série de acontecimentos, e claro, pelo período em que chegou na minha vida. Kobato foi o primeiro anime que baixei e acompanhei quase que simultaneamente pela internet. Eu estava passando a observar melhor, tudo que ocorria a minha volta. Minha relação com a vida, com as pessoas e com o ambiente. Havia mudanças, e Kobato veio bater forte nestes sentimentos.
O mangá foi lançado por aqui pela JBC. Comprei todos os volumes, mas como é de hábito meu, só começo a leitura depois da coleção completa. Faço isso por medo de perder um volume ou algo do tipo, e ficar com minha coleção inacabada. Sendo assim, acabo por acumular muitos títulos e vou lendo-os na medida do possível.
Kobato, aparece como que caindo do céu, com um guarda-chuvas, um urso de pelúcia azul e uma maleta de roupas. Ficamos intrigados para saber a origem e históriada moça. O mistério se enrola até pelos volumes finais e surpreende e cativa, mas não é uma grande novidade, já que somos introduzidos a este universo pelos coadjuvantes, que são tão carismáticos e intrigantes quanto a protagonista.
O objetivo de Kobato é simples: Encher uma garrafinha com os corações feridos das pessoas. Ajudando-as, ela ganha um konpeitou {uma espécie de doce/bala} para sua garrafinha, assim, ao longo da sua jornada, que não deve ultrapassar 4 estações, ela poderá realizar um desejo.
Kobato tem como companheiro, um ursinho de pelúcia chamado Ioryogi, que a ajuda em todas as suas tarefas nesta nova fase. Na verdade, Kobato é bem sem noção e sem Ioryogi, ela teria entrado em complexas situações.
Spoiler: Aos poucos, vamos descobrindo a verdade por trás de Kobato. A garota ingênua que estava fadada a morrer, por ter uma saúde muito frágil. Devido ao envolvimento de Iorogi {é o nome correto dele} com um anjo, ela de fato morre, mas retorna graças ao mesmo anjo, o qual, era alvo do amor de Iorogi. Por sua vez, Deus permitiu que Iorogi permanecesse ao lado do receptáculo da alma do anjo, mas permaneceria na forma de um urso de pelúcia, já que o amor entre criaturas de universos distintos, é algo proibido.
O mangá de Kobato é rápido, não sei como eles conseguiram tantas ideias para criar um anime todo de 24 episódios com apenas 6 volumes de mangás. Há alguns crossover, como já é de tradição no CLAMP, como Kohaku de Wish e Masaki de Angelic Layer, mas são participações bem menores que as do anime. É lindo o momento em que Kohaku explica sua relação com Shuichirou, que mesmo reencarnado e tendo suas memórias apagadas, continua aceitando seu amor de forma legítima. Chitose de Chobits também aparece com suas filhas Chise e Chiho que lembram muito as filhas de Chitose originalmente em Chobits. Só que em Kobato, elas são meninas normais e não persocons.
Kobato é um mangá excelente, mas não ficou muito bem fechado e o roteiro passa longe de ser coeso. O final poderia ter sido melhor desenvolvido, mas não deixa tantas pontas soltas quanto no anime. Algumas soluções são Deus ex Machina demais{solucionadas magicamente}, o que causa um certo incômodo, mas sim, é divertido e leve, e evoca muitos bons sentimentos. Se eu pudesse recomendar, entre um ou outro, recomendaria o anime. Temos muito mais conteúdo e tudo tem um melhor desenvolvimento, em especial os personagens coadjuvantes, mas aquele final, poderia sim ser melhor.
No mais, é impossível eu falar mal de material do Clamp. Impossível não amar Kobato, se esforçando para ser melhor, seja na creche onde faz trabalho voluntário, seja na vida das pessoas, onde ela tenta ajudar a todos, mesmo fracassando muitas vezes. Kobato é um anime emocionante e um mangá rápido e divertido. Recomendadíssimo!♥