13 de abril de 2012

Filmes que Andei Vendo: Reflexos

     Às vezes pegamos um filme para dar uma olhadinha e vemos que ele poderia ter sido melhor trabalhando. Não importa se você entende muito ou quase nada sobre cinema, mas certas coisa são perceptíveis, independente do seu grau de conhecimento. Foi essa a nítida certeza que tive ao terminar de ver Reflexos, com Lena Headey.
     O filme se trata de uma ficção, onde uma radiologista tem a sua vida totalmente transformada depois de um grave acidente, que por incrível que parece, ela sai apenas com  pequenas escoriações. Acontece que a personagem, após ver uma sósia sua, fica totalmente perturbada, e segue a mulher até seu apartamento. Lá, ela encontra fotos onde ela aparece, mas não se recorda de as ter tirado.
     Tá, senta lá que lá vem spoiler... Acontece que espelhos começam a se partir e estilhaçar, e deles (pelo que notamos) começa a sair replicantes, pessoas idênticas as originais, replicas! Logo se nota que essas pessoas querem nada menos que assumir o lugar das originais, e é aí  que começa o terror. A princípio,  a personagem quase é sugestionada a acreditar, que isso está ocorrendo devido a pancada que recebera durante o acidente. Os médicos alegam que ela, poderia ter desenvolvido uma sindorme, onde os pacientes tendem a achar que pessoas próximas a elas não são elas mesmas.
     O filme é rápido e possui um suspense maravilhoso, no entanto peca em desenvolver a trama, de forma a esclarecer fatos. Jogar os fatos na cara do telespectador é fácil, mas desenvolvê-los e torná-los críveis, nem tanto. Por que as pessoas são replicadas? E a família da protagonista? Nada é mostrado ou explorado com convicção pelo filme. Mortes absurdas ocorrem, Os corpos mal são ocultados e no final não há desfecho. 
     Acho sim que o filme merece uma conferida, no entanto não espere grande coisa. O filme e razo, apesar de prometer um plot interessante de ficção e terror. Assista pelo suspense e pelas interpretações dos atores, isso vale a pena. Concluindo: Bom filme, mas muito mal trabalhado. Ainda que o filme tenha sido premiado no festival de Sudance, não vi grandes atrativos no mesmo, a não ser claro, a linda Lena Headey.

7 comentários:

  1. também acho filme chama atenção com susto mais poderia explicar mais coisas como o porque o fato chegou a situação espelho esperava mais

    ResponderExcluir
  2. Realmente. O filme se torna inconcluso. Como a situação do espelho de deu? Uma maldição, algo paranormal. Tudo fica mal explicado! No entanto, o filme se garante, uma vez que nos enlaça em uma trama inesperada, complexa e intrigante!

    ResponderExcluir
  3. Enfim, talvez, o filme pudesse ser melhor explicado, porque a grande maioria jura que é o pior filme do mundo, eu já acho um filme difícil de entender e que precisa revê-lo algumas vezes, para fazer sentido. Quase ninguém entendeu o filme "Mama", mas o povo não faz crítica, acho que é porque, o efeito especial é melhor e o susto é melhor trabalhado.kkkk


    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá.
      Geralmente não aceito anônimos, mas adorei seu comentário. Imagino que seja o mesmo que comentou abaixo. Então. É certo que o filme é complexo e instigante. Pretendo revê-lo, afinal, é um bom filme sim, ainda que eu possa não ter pego as nuances do mesmo.

      Obrigado pela visita e na próxima, gostaria que se identificasse. Abraços!

      Excluir
  4. Parei no seu blog por acaso, tentando descobrir se alguém havia entendido o filme.
    É um filme muito bom, pena que não foi bem compreendido.
    Na minha visão, o filme só peca em algumas cenas, como a do acidente de carro, que claramente, vemos ser um manequim ao volante.
    "Os replicantes" ou "sósias", que você cita atravessar o espelho, são vindos de outra realidade alternativa. Eles não são cópias, são os reflexos das pessoas que tomam vida própria e decidem tomar o lugar da pessoa verdadeira.
    No início do filme, Gina relata ao colega, sobre o caso de Dextrocardia, que é o fato da pessoa ter o lado do coração invertido e no final, Gina tira um raio-x de si mesma, apenas para conferir, o fato dela ter desenvolvido o mesmo problema, ela tem o coração no lado direito, lado oposto. A Gina no final do filme, é o reflexo que saiu do espelho, o acidente do carro a fez perder a memória, e não lembrar da briga que ocorreu entre ela e sua outra parte.
    As pessoas que tem o coração invertido, são os reflexos saídos do espelho. As pessoas que tem o coração no lado esquerdo, são os indivíduos reais.
    O filme inteiro é ainda mais interessante, se analisarmos sob a ótica psicológica, é na verdade, um modo figurado, uma alegoria, para o transtorno de dupla personalidade (Transtorno Disassociativo de Identidade), nesse sentido, os espelhos que se fragmentam, representam a fragmentação da mente, o reflexo que toma vida, representa uma personalidade alternativa (alter-ego) que passa a querer o controle do corpo. A briga entre as personalidades (a central) que é a verdadeira e a alternativa (o reflexo) ocorrem internamente dentro da mente do indivíduo, a disputa interna, pode gerar mutilação, comportamentos confusos, delírios e até levar a auto-destruição, na forma de um suícidio.
    Assim, logo no início, do filme, somos apresentados a uma parte do conto de Edgar Allan Poe, que resume basicamente, a ideia, de que ainda que uma das partes tente matar a outra, ambas perdem, porque para existirem dependem uma da outra. O reflexo depende do indivíduo e o indivíduo depende de seu reflexo, tentar destruir qualquer parte de si mesmo, pode levar a sua própria aniquilação. É por isso, que no filme Gina bate o carro e quase morre, o carro representa a mente, e a tentativa por uma das partes de assumir o controle ou a direção.
    Filmes como o "Cisne Negro" e até "O Retrato de Dorian Gray", refletem essa ideia, quando uma das partes tenta matar a outra, acaba por se auto-destruir. Em Cisne Negro, Nina acaba matando a si mesma, ao tentar destruir sua outra parte, em Dorian Gray, o retrato que tanto abominava dorian é por ele esfaqueado, e Dorian é encontrado morto, com uma faca no peito.
    Assim, tanto no imaginário, quanto na vida real, quem possui o transtorno de multiplas personalidades, sofre quando uma das personalidades tenta destruir a outra, isso porque o corpo que ambas compartilham é que sente a desordem mental e física.
    Uma das cenas mais simbolicas, é a do médico neurologista que afirma não saber se há uma problema por conta do coágulo ou se realmente Gina tem a sindrome de Capgras, na qual ela acha que seus familiares foram substituídos por cópias. Ao final dessa cena, vêmos Dr. Mayer, acho que é esse o nome, olhando a paciente Gina indo embora, do lado dele, há uma outra pessoa semelhante a ele do seu lado, sua cópia, seu irmã-gêmeo, seu reflexo, lado a lado.
    O espelho no filme, pode ser visto, como um objeto que só reflete o interior das pessoas, quando elas se olham no espelho, começam a ver um outro lado de si mesmas. Ou seja, é através do espelho que o indíviduo vê seu outro lado, seu oposto, seu reflexo.
    "A realidade alternativa atrás do espelho", não é um conceito novo, "Alice Através dos Espelhos", já tinha esse enredo, com a diferença, que Alice era a protagonista da história, em Reflexos, a Protagonista não atravessa o espelho e sim, o seu reflexo que vem para o nosso mundo e tomar o lugar do outro. Ela não é agente de sua própria história, ela é passiva na história.

    ResponderExcluir
  5. Adoro quando aportam aqui por acaso. Seja bem vindo!

    Esse é um filme complexo e não merece ser chamado de ruim. Achei instigante e como disse acima, vou revê-lo assim que possível. Achei maravilhosa a sua interpretação, obrigado por complementar o post com a sua belíssima análise!

    Abraços

    ResponderExcluir
  6. Comentário perfeito esse acima. Explica detalhe por detalhe, o filme cumpre seu objetivo, não acredito que ficou devendo em nada, só é difícil de entender e, de modo geral, cada um tem sua compreensão do que vê. Vejo o cinema como algo subjetivo/relativo, pode ser dirigido de várias formas e explorado por diversos ângulos, metáforas, simbologias, analogia figuraçoes, realidade, fatos e etc. Pelo que entendi do filme, Somos uma constante luta de nós conosco mesmos, e as vezes acabamos entrando no automático e fazemos tanto coisas ruins quanto boas, sem que percebamos, esse filme trás à tona, questões de psicologia, nesse caso o filme me parece um pouco subjetivo, mas no desenrolar vai ficando mais claro que trata sobre ego, personalidade, identidade e transtornos psíquicos, porém, achei meio raso pelo fato de eles não mostrarem o 'antes' (causas), e sim só efeitos e consequências

    ResponderExcluir

Obrigado por deixar seu comentário. É muito importante pra mim saber o que estão achando do blog e dos assuntos comentados. Arigatou!!^^
PS: Não aceitamos comentários Anônimos. Grato por se identificar!